ESTRATÉGIA (2) — IDENTIDADE



(Publicado em 01/02/2019)



O Sistema Confea/Crea decidiu que o tema central do 10º Congresso Nacional de Profissionais (CNP) que será realizado neste ano em Palmas, Tocantins será ESTRATÉGIAS DA ENGENHARIA E DA AGRONOMIA PARA O DESENVOLVIMENTO NACIONAL. Por isso esse tema será muito discutido aqui no Blog Enio Padilha neste ano.

Eu já disse, num artigo inicial (que você pode ler AQUI), que, para que a Engenharia possa propor uma estratégia para o país é necessário que ela (a Engenharia Brasileira) tenha uma estratégia para si própria.

E, como também já foi dito, Estratégia é o conjunto de ações que uma pessoa ou organização REALIZA para atingir seus objetivos. Estratégia é, portanto descrita pelas ações. A estratégia é o conjunto de práticas intencionais. E é influenciada pela missão, pela visão, pelas crenças, valores e circunstâncias da pessoa ou da organização.



Aí já esbarramos no primeiro problema: não existe uma clareza suficiente sobre a missão, visão, crenças, valores e circunstâncias da Engenharia do Brasil.

A Engenharia Brasileira não tem uma voz única. Não tem uma identidade claramente reconhecida, como os advogados ou os médicos.

Isso se deve a múltiplos fatores. Um deles, sem dúvida, é a multiplicidade absurda de títulos profissionais abrigados pelo nosso sistema de regulamentação. Enquanto o CRM dos médicos, o CRO dos dentistas e até mesmo o CAU dos arquitetos lidam com um único título profissional (de um único nível) nosso sistema precisa transitar entre mais de 300 títulos de níveis diversos.

Isso já foi bem pior, claro. E esse passado (quando nosso sistema abrigava mais de 1000 títulos e três níveis de formação) foi determinante para a (de)formação da nossa identidade.



Um exemplo: as entidades de classe pelo Brasil têm nomes diferentes (associação, sociedade, clube, instituto...) enquanto os arquitetos têm o IAB, os advogados têm a OAB, os médicos têm as Associações Médicas, os comerciantes têm os CDLs, os empresários têm as Associações Comerciais e Industriais e os industriais têm as Federações das Indústrias. Isso pode não ser a explicação completa, mas não é apenas um detalhe e não pode ser ignorado.

Essa fragmentação identificada não tem solução fácil nem de curto prazo. Eu diria que se trata de um problema com o qual teremos de conviver ainda por muitas décadas. Especialmente se não houver, por parte das lideranças, a consciência de que isto é um problema.

A base para a definição de uma estratégia para a Engenharia Brasileira e a identificação de missão, visão, crenças, valores e circunstâncias. Daí a necessidade urgente de que algumas coisas sejam reconhecidas e declaradas à respeito da Engenharia Brasileira, ou de como os engenheiros a veem e sentem.

São questões cujas respostas devem ser muito claras para qualquer engenheiro:
• Como a engenharia contribuiu para o progresso do Brasil?
• O que os engenheiros podem fazer para contribuir para que a Engenharia seja mais valorizada?
• Quais são os principais obstáculos enfrentados pelos engenheiros brasileiros na busca pela valorização da profissão?
• Qual é o maior desafio da Engenharia Brasileira para os próximos 20 anos?

Podemos acrescentar aqui muitas outras perguntas. O importante é que, no final, o conjunto das respostas apontem uma identidade coletiva capaz de servir de base para a definição de uma estratégia eficaz para a valorização da Engenharia no Brasil.

Depois disso (ou em razão disso) seremos capazes de propor uma estratégia para o Brasil.






(*) xxx



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PADILHA, Ênio. 2019

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