VOTAR OU NÃO VOTAR É DECISÃO SUA.
MAS É UMA ATITUDE QUE PRODUZ CONSEQUÊNCIA!

(Este artigo foi publicado em 03/08/2005. Agora, em 2020, eu apenas atualizei os números)



Cerca de 970 mil profissionais do sistema estão aptos a votar e serão convidados. Menos de 70 mil aceitarão o convite. Trata-se das eleições nas quais serão escolhidos, pelo voto direto, os presidentes dos 27 CREAs e também o presidente do CONFEA.

Esses cerca de 70 mil já decidiram que irão votar (e já decidiram em quem votar). Os outros quase 900 mil estão divididos entre os que já decidiram que não irão votar e os que ainda estão em dúvida.

Aos que já decidiram NÃO VOTAR, não tenho a pretensão de demovê-los. São pessoas adultas, inteligentes, de nível superior. Sabem o que estão fazendo e certamente conhecem as consequências desse ato.

Aos indecisos, no entanto, tenho um comentário a fazer:





Imagem: OitoNoveTrês



A imensa maioria dos profissionais vira as costas para o processo eleitoral por achar que isso enfraquece o sistema e diminui a força dos dirigentes que acabam sendo eleitos.

Triste engano!

Essa baixa participação eleitoral é o que mais interessa aos que querem se eleger e não prestar contas dos seus atos para ninguém.

Eleições no sistema profissional são muito diferentes das eleições comuns (prefeito, governador, presidente da república...) pois não têm apelo popular, não têm atenção da mídia e não têm repercussão duradoura.

Essas eleições (nos CREAs e no CONFEA) acabam sendo decididas, na maioria das vezes, por conchavos de gabinetes, concessões de vantagens aos cabos eleitorais (as chamadas Lideranças Regionais) e articulações políticas eleitoreiras. Essa prática só é possível por causa da baixíssima taxa de participação dos profissionais no processo eleitoral (10 a 20%, na média).

Quem vota (ou busca votos) é quem, na prática, tem poder para fazer cobranças. Com tão baixa participação, fica muito barato arregimentar correligionários e cooptar adversários, pois, no fim das contas, fica tudo no nível da confraria dominante. Os votos que aparecem nas urnas são todos conhecidos. São votos dos sítios particulares dessa ou daquela liderança.

Quem tiver o controle sobre os "líderes" terá o controle sobre as eleições. É isso que garante a inércia do sistema. O sujeito chega lá e nunca mais sai.

Por isso a minha campanha tem sido SEMPRE pelo voto.

CONHEÇA OS CANDIDATOS, LEVANTE-SE DA CADEIRA E VOTE.
Mais do que isso: convença seus amigos para votar também. Vamos encher as urnas com centenas de milhares de votos. Vamos passar de 10 para 30, 40, 60% de votos. Isso dará aos eleitos muito mais responsabilidade. Fará com que, chegando aos cargos de direção, eles sejam menos arrogantes, menos pedantes, e mais preocupados em resolver os verdadeiros problemas dos profissionais e não apenas os problemas do seu grupo de amigos.

VOTE! Convença seus colegas a votar! Não importa em quem. Se um dos candidatos lhe agradar, vote nele; Se todos os candidatos parecerem bons, escolha o que lhe parecer mais confiável. Se nenhum dos candidatos merecer a sua confiança, vote em branco (voto em branco significa "nenhum deles serve")

Votar em branco não é a melhor das opções. É a última opção. É uma forma de mandar um recado aos dirigentes: não somos galinhas mortas. Não somos apenas números nas estatísticas.

Não somos apenas um milhão de otários que pagam a conta!





PADILHA, Ênio. 2020






Comentário #1 — 26/08/2011 15:14

ITAMAR XAVIER — Engenheiro Ambiental — Palmas-TO

Caro Enio Padilha,

Gostei muito da forma como você colocou a realidade das eleições do sistema Confea/CREA e isso cabe também a Mútua.
A história é "antiga", porém, atualissíma.
Registrei minha candidatura para Presidente do CREA-TO e busquei o apoio (não, na forma como disposta no texto) mas sim de alguns profissionais que estão cansados da mesmice e buscam no CREA aquilo que realmente e sua função, para o profissional e para a sociedade.
Posso usar seu texto ou parte dele? Citando é lógico.
Fico no Aguardo.

RÉPLICA DE ÊNIO PADILHA

Pode, sim, colega
Mas é importante que o texto seja utilizado na íntegra, para evitar a descontextualização.
Abraço forte e boa sorte na jornada que se inicia

Comentário #2 — 13/09/2011 11:19

VIVALDO PEREIRA PAULINO — Engenheiro Civil — Presidente Venceslau/SP

Espero e tenho certeza que muitos tambem esperam que os novos Presidentes Eleitos sejam capazes de criar um mecanismo para conduzir nossa classe a ter com o governo federal a mesma intimidade profissional que tem com os médicos e advogados e sair dessa mesmisse de sempre. Os advogados e médicos saem da faculdade com a certeza que não vão passar fome porque de um geito ou de outro os médicos são remunerados pelo SUS e os Advogados pela justiça gratuíta conquistada pela OAB. Meditamos e lembramos quantos engenheiros simplesmente esqueceram que tem um registro no CREA porque não tinham nenhuma forma de apoio no inicio da carreira. Não é o meu caso !....Mas conheço muitos engenheiros vendendo cachorro quente e não conseguem nem pagar a sua anuidade do CREA ! E esses que estudaram atravez desse tal financiamento do governo; como vão conseguir pagar seus financimentos ?....Essa de que ta sobrando vaga pra engenheiro é conversa pois, são vagas para profissionais que ja tem experiência no mercado.

Comentário #3 — 13/09/2011 11:34

VIVALDO PEREIRA PAULINO — Engenheiro Civil — Presidente Venceslau/SP

Caro Colega Ênio Padilha,
Acredito que em poucos anos será possível contar nos dedos os profissionais que tiveram iniciativa de votar. Porque a cada ano diminue o número de profissionais que votam nessas eleições? Com certeza o problema está na base!
A BASE (CREA/CONFEA) Só serve para recolher anuidade e assinar carteira de novos profissionais. Isso é uma vergonha !
Graças a Deus eu tive a oportunidade de ser convidado e reconhecido pelo governo de Angola, 6 meses antes de minha colação de grau, para implantar um projeto que eu desenvolvi antes mesmo de receber meu título de engenheiro civil. Sou extremamente revoltado com minha classe no Brasil.

RÉPLICA DE ÊNIO PADILHA

É triste, Vivaldo. Mas é uma dura realidade.
Mas vamos continuar lutando.

Comentário #4 — 13/09/2011 12:30

Orlando Pozzani Jr. — Engenheiro Civil / Empresário — Mogi das Cruzes-SP

Caro Enio,
Parabéns pelo trabalho. Votar, em qualquer instância, além de democrático é cidadania.
Neste ano de 2011 completo 38 anos de engenharia, fui presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agronomos de Mogi das Cruzes e parece que muito pouco mudou na consciência dos profissionais ao longo dos anos.
Será que não são os CREAs e a lei 5194/66 que precisam de uma atualização?
um forte abraço,

RÉPLICA DE ÊNIO PADILHA

Caro Orlando

Tenho de concordar (em módulo, direção e sentido). Precisamos mesmo de uma revolução.
Estou a cada ano mais convencido disso.

Comentário #5 — 05/11/2011 01:04

Carlos Divino Luiz Guimarães — Engenheiro Agrimensor — Belo Horizonte

Realmente o próximo presidente do Confea, terá bastante trabalho. Mas dificilmente conseguirá grandes realizações, infelizmente.
O Conselho está viciado, e a cada vez torna mais corporativista... por muito tempo somente 5 profissões vem tendo direito a voz e voto no Plenário do Federal.
Qual a necessidade de termos 2, 3, 4 ou 5 conselheiros com o mesmo título profissional no Plenário do Federal diante de mais de 200 profissões.
A Lei 5194/66, disciplina 18 conselheiros, onde (5+4+4+3+2) = 18, em números percentuais essas 5 profissões representação 50% dos profissionais, mas enchem o peito para dizer que estão devendendo a valorização das profissões. Se estão, quais? As 5 ou as mais de 200? certamente, pelas decisões plenárias indecentes e incoerentes até mesmo com as resoluções 218/73, 1.010/05, Leis 5.194/66 e 5.524/68.
Com o advento da Lei 12.378/10, teremos um Plenário com 4 profissões ou as demais teram acesso?

Sugestão ao próximo presidente do Confea:
Que as regras para composição no Plenário, seja aquela que não permite 2, 3, 4 ou 5 conselheiros com o mesmo título profissional.

Abandone a idéia de manter a matriz do aborrecimento, para fins de alimentação do anexo II da Resolução 1.010/05... Deixa para quem tem competência para tal, ou seja, o Conselho Nacional de Educação.

Veja um simples artigo 9º na Resolução 1.010/05 desencadeou a criação de resoluções cne/ces 1, 2, 3 e 4/2006, totalmente incoerente com a Lei 3.144/57, Lei 3.834-B/60, Resolução CFE 048/76 e 02/85, Decreto 20.178/45, resolução 145/64 e 218/73 do Confea.
Os Setores 1.6... da matriz do conhecimento, juntamente com as profissões envolvidas nesse setor foram devassadas.
Onde está o Conselho que diz valorizar as profissões, detonaram a profissão mais antiga do Sistema Confea/Crea... ou os senhores conhecem outro Decreto que tratam de outra profissão do Sistema, além do Decreto Imperial 3.198/1863, também citado no art. 1º do Decreto 23.569/33.

Se continuar nesse ritmo, estamos mais perto de termos 6, 7 ou 8 representantes no Plenário do Federal com o mesmo título profissional. Isso é um conselho digno de representar mais de 200 profissões de engenharia?

No máximo um conselho assim, rende diárias, viajens para o exterior, e infelizmente nenhum tipo de valorização das profissões do Sistema.

Comentário #6 — 05/11/2011 01:34

Carlos Divino Luiz Guimarães — Engenheiro Agrimensor — Belo Horizonte

Se temos 8 modalidades com a Resolução 473/02 (159/67 e 348/90), porque não permitir que todas tenham representantes no Plenário do Federal, não permitindo a a super-representação, ou seja, 2,3,4 ou 5 profissionais com o mesmo titulo profissional.

Em qualquer lugar do planeta, isso é a fórmula da panelinha corporativista, e rejeição aos não presentes.

Revoguem todas as decisões plenárias que tratam de atribuições profissional, deixem somente a específicas: 218/73 e 1.010/05.

Com os referenciais curriculares dos cursos superiores do MEC, é, e sempre foi plenamente possível a atualização da resolução 218/73. Porque inventar a matriz do conhecimento, ou seja do aborrecimento... Os senhores não perceberam que desde 2005 da criação da resolução, e de nov/2007 até o presente a maldita matriz não é uninimidade, nem mesmo entre as 5 profissões com representantes no Plenário do Federal, imagine para as outras mais de 200 profissões do Sistema.
Esse é o entrave, abandonem a idéia de matriz do aborrecimento e promovam uma atualização com base nos referenciais curriculares de cada curso de engenharia para fins de definição de atribuições profissional.

Com esse modelo, de sermos representado por cinco profissões, ainda não perceberam que a engenharia de agrimensura é um curso de engenharia com 5 anos de duração, sendo que ela é assim desde a resolução 02/1985 do Conselho Federal de Educação que alterou a resolução CFE 048/73, que serviu de base para a elaboração da Resolução 218/73...

Todos profissionais da engenharia e agronomia merecem ter atribuições coerentes com as disciplinas cursadas nos seus cursos regulares. Infelizmente, a idéia simples tem sido distorcida e entrado fórmulas mirabolantes, tais como: ROSA DOS VENTOS, MATRIZ DO CONHECIMENTO (que insisto e chamar de MATRIZ DO ABORRECIMENTO).

Espero colaborar com a formação de um Conselho que seja de todas as profissões de engenharia em todos os seus níveis graduação plena e tecnológica e técnicos (nível médio).

Comentário #7 — 05/11/2011 01:42

Carlos Divino Luiz Guimarães — Engenheiro Agrimensor — Belo Horizonte

Sugestão para as próximas eleições:
ELEIÇÃO VIA INTERNET - URGENTE!!!

Vejam como a eleição do CAU, foi um SUCESSO, tudo pela internet.
Alguém tem noção do gasto financeiro, tempo, pessoas e etc... que é dispendido em eleições com as urnas manuais ou mesmo as eletrônicas.

Espero que tenhamos a nossa última eleição do Sistema Confea/Crea com o uso de urnas.

boa noite.

RÉPLICA DE ÊNIO PADILHA

Carlos Divino
Obrigado por prestigiar nosso site com seus comentários.
Você conhece bem o nosso sistema e já sabe que a inércia é muito grande.

Sinceramente. Ando muito desanimado com o nosso sistema Confea/Crea. Acho que o principal problema é o número muito grande de interesses que precisam ser administrados e atendidos. O CAU talvez venha a funcionar melhor justamente por isso!

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