
SER COMPETENTE É UM COMPROMISSO ÉTICO
(Publicado em 10/02/2010)

Imagem: OitoNoveTrês
A Professora Maria Teresa Padilha, de Lisboa, Portugal, tem uma frase que eu considero digna de registro: ela afirma que “o primeiro e mais importante compromisso que um profissional tem com a ética profissional é ser competente!” Isso tem tudo a ver com o conceito de construção coletiva da percepção da sociedade em relação à Profissão e da responsabilidade individual de cada profissional sobre o resultado final.
O seu título profissional de Engenheiro (ou Arquiteto ou Agrônomo) agrega-se às suas características pessoais e passa a fazer parte da sua imagem pública. As pessoas interessam-se pelo desempenho profissional e utilizam essa percepção para ampliar a avaliação pessoal que fazem do indivíduo. Mas não fica só nisso. As pessoas tendem a fazer uma generalização da avaliação do desempenho profissional do indivíduo para toda a categoria.
Assim, se um engenheiro faz alguma coisa bem feita ele é bem avaliado, o que é bom. Mas essa avaliação não é apenas individual. Ela é expandida para o coletivo. Qualquer característica, positiva ou negativa, de um indivíduo (profissional) ecoa na categoria como um todo indivisível.
Os cursos universitários de Arquitetura, de Agronomia e de Engenharia dão ao profissional recém-formado um conjunto de conhecimentos e habilidades que o qualifica para iniciar sua carreira. Todos concordam que, nos primeiros anos após a formatura, é necessário ampliar esses conhecimentos e habilidades através de mais estudos e da obtenção de experiência profissional.
Por isso, praticamente todo profissional recém-formado se dedica ao estudo com muito empenho e entusiasmo, nos dois ou três anos que sucedem à formação universitária. O que pouca gente se dá conta, porém, é que esse processo não deve ser encerrado depois de dois ou três anos. Quem escolhe uma profissão cujo resultado tem um componente intelectual tão intenso como é o caso da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, tem de ter consciência de que “casou com os livros”.
Vai continuar estudando pelo resto da vida. Precisa se manter atualizado. Precisa assinar revistas técnicas, manter uma biblioteca atualizada, participar de cursos, seminários, simpósios e congressos da sua especialidade, visitar feiras, fazer viagens de estudo...
Isto não acaba quando você se forma. É o processo permanente de manutenção da competência profissional. Estudar, estudar e estudar. É isto o que distingue os grandes profissionais daqueles que engrossam as estatísticas dos profissionais “maisomenos”.

PADILHA, Ênio. 210

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