ENGENHEIROS x ARQUITETOS:
MUITA CALMA NESSA HORA

(Esta série de notas e artigos foi publicada na segunda semana de janeiro de 2011 -- logo após a aprovação da Lei 12.378/2010 de 31/12/2010 que cria o CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo)




10/01/2011
MUITA CALMA NESSA HORA (1)
Muitos arquitetos (e muitos engenheiros) eram a favor da criação do CAU. Muitos eram contra. Houve muita discussão. Os dois grupos apresentavam argumentos interessantes (e também bravatas, bobagens e grosserias nos dois lados).
Mas isso tudo é passado. Não importa qual grupo estava certo. Temos agora um fato consumado. O CAU é uma realidade e é com essa realidade que devemos lidar.

Agora todo mundo, tanto os que eram a favor quanto os que eram contra devem assumir outra missão: fazer a transição da melhor maneira possível. E, por da "melhor maneira possível" entenda-se a "maneira que menos comprometa a sustentabilidade das duas profissões".
O futuro das duas profissões (Arquitetura e Engenharia) depende, em certa medida, de como os profissionais conseguirão se relacionar no mercado de trabalho e no mercado de oportunidades. Os arquitetos não estão livres dos engenheiros (como dizem alguns). Nem os engenheiros estão livres dos arquitetos! O relacionamento interprofissional é da natureza do trabalho deles. Simplesmente não há como evitar.

O colega Carlos Emerenciano colocou a coisa de forma simples e precisa (no seu Twitter @cemerenciano, dia 11/12/2010 ): "Os bons profissionais dessas áreas não rivalizam, mas se complementam. Oscar Niemeyer e Joaquim Cardoso fizeram juntos a Catedral de Brasília, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada e o Congresso Nacional".
Quem acha que o negócio é ficar brigando afundará no mar de mediocridade formado pelos que não conseguem compreender a grandeza das suas profissões





PADILHA, Ênio. 2011




10/01/2011
MUITA CALMA NESSA HORA (2)
Em nota publicada no seu Blog neste domingo, dia 9 o arquiteto e professor universitário da Paraiba (e meu amigo) Oliveira Junior pede aos arquitetos (seus leitores): "Não pague o primeiro boleto do CREA-PB". Ele informa que recebeu uma mensagem via SMS da Presidente do Insttituto de Arquitetos do Brasil, Departamento da Paraíba - IAB-PB, Cristina Evelise, solicitando que informassemos aos arquitetos paraibanos para não pagarem o primeiro boleto da anuidade enviado pelo CREA-PB. Segundo Evelise o CREA-PB enviará em breve um segundo boleto cuja arrecadação será destinada a conta do CAU, recentemente sancionado pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

É isso mesmo, professor?


PS. O CREA-PB publicou, no dia 11/01/2010 a seguinte NOTA.





PADILHA, Ênio. 2011




10/01/2011
MUITA CALMA NESSA HORA (3)
Os fiscais dos Creas deverão receber treinamento especial para saber lidar com as questões ligadas à Arquitetura e Urbanismo. Muito mais do que saber interpretar a lei esses fiscais deverão ser inteirados da Estratégia adotada pelo Confea/Crea para lidar com a transição. O fiscal do Crea não é apenas um funcionário da instituição. Ele não é apenas um instrumento da legalidade. Ele é, para efeitos práticos, um representante dos engenheiros nesse processo. Deve agir de acordo com a lei, mas deve fazê-lo como os engenheiros fariam.





PADILHA, Ênio. 2011




14/01/2011
MUITA CALMA NESSA HORA (4)
Nas cidades do interior de muitos estados os Engenheiros e Arquitetos (até por necessidades ou conveniências financeiras) terão de dividir espaços físicos, entidades de classe e outros patrimônios. O Cau e o Crea, no nível regional e nacional deverão ter esta preocupação, pois aqueles profissionais do interior contribuem da mesma forma (e com os mesmos sacrifícios) para a contrução dessas organizações. Não devem ser forçados a enfrentar constrangimentos e situações indesejáveis





PADILHA, Ênio. 2011







14/01/2011
MUITA CALMA NESSA HORA (5 - final)
Uma nota publicada no dia 12, no site do Confea, informa que o Presidente Marcos Túlio reuniu-se com representantes das entidades de Arquitetura, que externaram a posição das organizações frente à criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, cuja lei, 12.378, foi publicada no dia 31 e dezembro, no Diário Oficial da União.

Gostei de uma coisa: Marcos Túlio deixou clara a posição institucional do Confea, de manutenção do sistema multiprofissional, conforme decisão do Congresso Nacional de Profissionais e do Plenário do Confea. Segundo ele a atividade produtiva dos engenheiros e arquitetos é integrada e essa divisão prejudicará a todos.

Mas... e foi aí que eu gostei, Mas a decisão do presidente é "trabalhar com a nova realidade, de forma tranquila, dando uma condução serena que o caso requer”.

Como eu disse na segunda-feira, muitos eram a favor e muitos eram contrários à idéia. Agora isso não está mais em discussão. A questão agora não é "se" ou "quando" e sim "COMO".

Mãos à obra, presidente!





PADILHA, Ênio. 2011




10/01/2011
É SÓ UMA IDÉIA...
Se eu fizesse parte da ABENGE ou da ABEA (Associações Brasileiras para o Ensino da Engenharia e também da Arquitetura) eu tentaria colocar em pauta a discussão sobre a criação de uma nova disciplina a ser ministrada no primeiro ano dos cursos de Engenharia e de Arquitetura. Seria a disciplina "Arquitetura e Arquitetos" para os cursos de Engenharia e "Engenharia e Engenheiros" para os cursos de Arquitetura.

A disciplina "Arquitetura e Arquitetos", no curso de Engenharia, deveria ser ministrada por um arquiteto e deveria ter como objetivos
(1) Dar ao estudante de engenharia informações básicas (e livre de preconceitos) sobre o que é arquitetura e sua importante função social;
(2) Mostrar ao estudante de engenharia as diferenças do processo de formação dos arquitetos (em relação ao processo de formação dos engenheiros) e como esse processo define uma visão de mundo e um conjunto de valores diferente dos adotados pelos engenheiros (porém, não menos - nem mais - importantes);
(3) Instrumentalizar os futuros engenheiros com técnicas e procedimentos que permitam obter melhores resultados no diálogo com arquitetos, visando obter os melhores resultados nos empreendimentos em que essas duas profissões estejam envolvidas;
(4) Promover, no ambiente acadêmico e no mercado profissional, o relacionamento harmonioso, colaborativo e produtivo entre estudantes, professores e profissionais de Arquitetura e de Engenharia.

No curso de Arquitetura a disciplina seria ministrada por um engenheiro e teria, obviamente, a mesma ementa e os mesmos objetivos.

Que tal?





PADILHA, Ênio. 2011

Comentário #1 — 22/10/2012 23:16

Luiz Antônio — arquiteto — Anápolis

Concordo muito com todos os comentários, mas o do dia 14/01/2011 que fala da ideia das disciplinas é ótimo, afinal foi apartir da lei lei 23569 de 1933 que as universidades começaram a modificar seus métodos acadêmicos.

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