DEZEMBRO!

(Publicado em 07/12/2006)



Dezembro é um mês incrível, impressionante!

Nenhum outro mês do ano provoca nas pessoas sentimentos tão intensos e disparatados. Em nenhum outro mês do ano, vemos paradoxo coletivo tão intenso. Passamos o ano inteiro sem ter tempo para nada, numa correria vertiginosa, numa loucura que parece não ter fim. E não conseguimos, nunca, fazer tudo o que precisa ser feito. Até chegar a manhã de 1º de dezembro...


Em dezembro, todo o mundo se transforma. Parece que viramos super-heróis da vida. Em dezembro, temos três, quatro, dez vezes mais coisas para serem feitas, num período de tempo muito menor (dezembro tem, sempre, menos dias "úteis" do que os outros meses). No entanto, conseguimos fazer tudo, ou quase tudo. Ou, pelo menos, muito mais do que fazemos normalmente em outros meses.
Porque existem grandes e pequenas tarefas que precisam ser concluídas ainda neste ano (em dezembro). Coisas que não podem ficar para o ano que vem.

Em dezembro, vivemos intensamente a vida real e o sonho. De um lado, temos contas a pagar, cobranças a realizar, Cartões de Natal para fazer, presentes para comprar, árvore natalinas, presépios, enfeites, jantar de fim de ano da empresa, compromissos da escola, festas de encerramento de todas as turmas...

De outro lado, temos a vida que sonhamos permanentemente, com a qual, em dezembro, sonhamos mais. Porque dezembro é tempo de pensar no ano que se aproxima. E precisamos encontrar tempo para pensar na vida. Lembrar as coisas que foram feitas, as coisas que deixaram de ser feitas. Aquilo que queríamos fazer e não fizemos. Pensar nas pessoas e em nossa relação com elas.

O interessante é que não fazemos isso por motivos religiosos ou por força de campanhas publicitárias. É de nossa própria natureza esse processo anual de renovação. E é sempre em dezembro. Fazemos varredura mental, buscando, às vezes, sem precisão cronológica exata, os fatos e as pessoas que passaram por nossa vida ao longo do ano.
Lembramos dezembro do ano passado, o que fazíamos e o que sonhávamos.

É preciso fazer os planos para o ano que vem. É preciso fazer promessas. É preciso alimentar sonhos antigos, criar alguns sonhos novos. Existem compromissos que queremos assumir, porque eles, de alguma forma, vão nos manter de pé ao longo dos meses, até chegar outro dezembro. E existem coisas que precisam ser esquecidas. Em dezembro, "enterramos" as coisas e as pessoas que "morreram" durante o ano (só em dezembro nos convencemos de que elas realmente se foram).
Em dezembro, abrimos nossos corações para coisas novas, para a vida nova que se aproxima.

Enfim é em Dezembro, apesar de tão pouco tempo, que nós conseguimos fazer tanta coisa. Em dezembro, e não em março ou abril (na Páscoa), é que vivemos o verdadeiro renascimento individual e coletivo. Por isso, eu sempre gostei de dezembro. Sempre gostei do Natal. Sempre gostei dessa sensação fantástica de renascer a cada fim de ano.

Feliz Natal ! Feliz Dezembro !





PADILHA, Ênio. 2006

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