CONSTRUINDO EM TEMPOS DE CRISE
(Jean Tosetto - 02/12)

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Quando as dúvidas surgem no horizonte do mercado de ações, está no momento de considerar uma opção de investimento mais segura: o mercado de imóveis - uma alternativa confiável especialmente aos poupadores de pequeno e médio porte.




JEAN TOSETTO
www.jeantosetto.com





(O texto a seguir foi publicado originalmente em novembro de 2008 no extinto site Conheça Paulínia)

Depois de um período de alguns anos de calmaria e números positivos na economia brasileira, uma crise internacional deflagrada em agosto de 2008, sem precedentes após a Segunda Grande Guerra Mundial, colocou muitos pontos de interrogação na agenda dos investidores nacionais, pois num cenário globalizado em que vivemos atualmente, seria ingenuidade considerar que os países da América do Sul não sofressem consequências neste processo.

As pessoas têm me perguntado sobre o futuro próximo do mercado da construção, e a resposta convicta que tenho para oferecer é que justamente em tempos de incertezas financeiras o investimento na compra ou construção de um imóvel é uma ótima alternativa. Ou seja, não há motivos para acreditar que haverá um abrupto desaquecimento na questão das obras de pequeno e médio porte, por várias razões.

Entre elas podemos destacar que as linhas de crédito continuam recebendo incentivos governamentais, pois sabemos que este tipo de atividade gera grande quantidade de empregos que absorvem mão-de-obra oriunda de outros ramos de produção e serviços, sujeitos a declínio devido ao quadro recessivo ou baixa expectativa das exportações.

Ao contrário do mercado imobiliário americano - que foi o estopim das bancarrotas de algumas instituições bancárias tidas como de porte sólido - o mercado brasileiro está regido por outras regras de financiamento para a casa própria. Nos Estados Unidos, até então, era muito fácil hipotecar a compra ou construção de um imóvel - ao passo que, no caso dos brasileiros, quem já pleiteou um financiamento para construção sabe das dificuldades e do tempo que decorre até a liberação do crédito.

Isto se explica devido ao fato dos bancos brasileiros serem rigorosos quanto ao levantamento do perfil da família que irá comprar ou construir. Em suma, eles querem ter a certeza de receber o dinheiro de volta, de preferência com uma considerável margem de lucro. Já os americanos, menos sujeitos às regulamentações, adquirem quantias vultosas para investimento que acabam sendo desviadas para outros bens de consumo, criando uma ilusória bolha de prosperidade econômica.

Por outro lado, mesmo aqueles que não necessitam de financiamento para compra ou construção, passam a considerar a migração de seus recursos para o mercado imobiliário, aqui no Brasil, uma opção de segurança, uma vez que o valor de uma casa, por exemplo, nunca será \"pulverizado\" como pode ocorrer no mercado de ações. Se for bem verdade que um imóvel não tem a mesma liquidez de uma aplicação financeira, ao menos ele está protegido das variações de humor da economia global. ”

Voltando para 2014, vemos que, embora os Estados Unidos mostrem sinais claros de recuperação, ainda é fácil demais obter financiamentos de até 105% do valor do imóvel, com os 5% excedentes para a compra de mobiliário. A captação de empréstimos bancários é uma cultura sistêmica num país onde o empreendedorismo é incentivado a todo custo, e onde uma pessoa física pode decretar falência e recomeçar tudo de novo, com as dívidas perdoadas.

No Brasil só ficou mais fácil financiar imóveis se a compra for feita junto a uma grande construtora em consonância com o governo federal. Já para aqueles que buscam a autoconstrução, a burocratização do processo de financiamento aumentou, com a aprovação de crédito condicionada à assinatura de um termo de responsabilidade de execução de obra por parte do arquiteto ou engenheiro, mesmo que este não administre a obra. Um absurdo por si só, pois tal termo de execução quebra o conceito de autoconstrução da obra, transformando artificialmente o projetista em construtor.

Ainda assim, investir em imóveis no Brasil continua sendo uma boa alternativa, cuja demanda em continua ascendência – embora não tão acelerada quanto antes – desacredita os boatos infundados de uma bolha imobiliária em nosso mercado, apesar de sua grande valorização na última década.

É preciso ter em mente, também, que o mercado brasileiro de imóveis está amadurecendo e vai passar os próximos anos se ajustando após atingir um patamar relativamente elevado de novos empreendimentos. Se o critério da quantidade já está provado, está chegando o momento de tais empreendimentos serem submetidos a um critério mais importante: o da qualidade. Quem investe em qualidade, sempre ganha.






JEAN TOSETTO é arquiteto e urbanista formado pela PUC de Campinas. Desde 1999 realiza projetos residenciais, comerciais, industriais e institucionais. Em 2006 foi professor da efêmera Faculdade de Administração Pública de Paulínia. Publicou o livro “MP Lafer: a recriação de um ícone” em 2012.

Visite o website: www.JeanTosetto.com
Faça um contato com o autor: jean@tosetto.net

Comentário #1 — 17/02/2014 12:08

PAULO CESAR BASTOS — Engenheiro Civil — Salvador - BA

Vale transformar a pior crise na melhor oportunidade. Um caminho: construir e produzir para progredir.

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