CONGRESSO NACIONAL DE PROFISSIONAIS. MUDA ALGUMA COISA?

(Publicado em 22/08/2016)



Nos dias 1, 2 e 3 de setembro acontece em Foz do Iguaçu a 9ª edição do Congresso Nacional dos Profissionais do Sistema Confea/Crea/Mútua.

E daí? O que é que pode mudar? Que diferença isso vai fazer na vida de quase um milhão de engenheiros, agrônomos e outros profissionais da área tecnológica do Brasil?

Adianto a resposta: não vai mudar nada. Pelo menos, não no curto ou médio prazo.

Mas, então, vale a pena participar? Faz algum sentido?

Sim. Faz sentido e vale a pena participar. Vou tentar explicar (para quem não participa dos eventos do Confea ou dos Creas) como é que a coisa funciona e o que significa o Congresso Nacional de Profissionais.

(1) O Congresso Nacional dos Profissionais do Sistema Confea/Crea é realizado a cada três anos. Estamos na 9ª edição (a primeira edição foi em 1993).

(2) As decisões do Congresso não são soberanas (como deveria ser). A instância soberana do Sistema Confea/Crea continua sendo o Plenário do Conselho (que, atualmente, é composto por 18 conselheiros).

(3) As decisões do CNP servem como orientação para as decisões do Plenário do Confea e, geralmente, os conselheiros (embora tenham o poder de fazê-lo) não deliberam de forma contrária ao que foi DECIDIDO no Congresso.

(4) A participação dos profissionais no Congresso Nacional é amplamente democrática. São realizadas reuniões regionais em centenas de cidades de todo país, nas entidades de classe, nas instituições de ensino e nas inspetorias regionais dos Creas, quando são escolhidos Delegados regionais para os Congressos Estaduais, que são realizados em TODOS as unidades da federação.
Nesses congressos estaduais são escolhidos cerca de 500 Delegados Estaduais, que representam seus estados No Congresso Nacional. Portanto, qualquer profissional, mesmo nos cantos mais remotos do país, certamente teve a oportunidade de participar de uma rodada de discussões perto da sua casa e teve a oportunidade de se candidatar a delegado pela sua região.

(5) O Congresso não é temático, ou seja, discute-se absolutamente TUDO. Isso, na minha opinião, não é bom, pois nada é apresentado ou discutido com a suficiente profundidade.

Ao longo dos eventos preparatórios (citados no item anterior) surgiram mais de 400 propostas que, depois de sistematizadas, estão representadas por 83 propostas que serão analisadas, discutidas e votadas no CNP. É muita coisa.
Insisto. Na minha opinião isso torna a discussão muito estéril e improdutiva.

Neste 9º CNP, por exemplo, haverá 3 grandes "eixos referenciais",
1. Defesa e fortalecimento da Engenharia e da Agronomia junto à sociedade
2. Tecnologia e inovação
3. Carreira e prerrogativas da Engenharia e da Agronomia
Esses eixos referenciais são subdivididos em dezenas de "temas".

(6) Ainda assim, vale a pena participar, inclusive para propor alguma discussão sobre isso. Nunca é demais lembrar: num sistema profissional com as proporções do Confea, as mudanças somente serão possíveis de dentro pra fora.

Portanto, se você também quer mudanças e aprimoramentos para a nossa profissão, acompanhe de perto este processo.
Eu serei Delegado Estadual por Santa Catarina. Quem me conhece já sabe: estarei presente em TODAS as discussões. E publicarei aqui o que for importante.

Nas próximas semanas publicarei aqui várias questões relevantes e algumas resenhas sobre os textos referenciais do Congresso. Aguarde.



ÊNIO PADILHA
www.eniopadilha.com.br | professor@eniopadilha.com.br



---Artigo2016 ---Valorização Profissional

Comentário #1 — 24/08/2016 09:41

Lázaro — engenheiro — Oeiras-PI

Eu não sabia que 18 burocratas decidem como quase um milhão de engenheiros, agrônomos e outros profissionais da área tecnológica devem trabalhar! Eles conhecem a realidade de cada profissional!?

São 18 burocratas, que também são engenheiros que têm interesses pessoais. Eles também conhecem
as necessidades de cada cliente desses profissionais?

Profº Ênio, me explique como é o fluxo de informação sobre a mente dessas 18 criaturas.



RÉPLICA DE ÊNIO PADILHA

Lazaro.
Esses 18 conselheiros (o Confea luta há anos para que sejam pelo menos 27 -- um para cada unidade da federação) são eleitos pelos seus pares. Você mesmo ja deve ter participado (ou tido a oportunidade de participar) de uma dessas eleições.
Portanto, eles não "surgem do nada" ou são indicados por preferências políticas de "A" ou "B".

Talvez esses conselheiros sejam um pouco distantes da realidade dos profissionais, no campo. Mas isso se deve a outras circunstâncias. A maneira como nosso Sistema profissional é organizado não privilegia os profissionais que atuam intensivamente no exercício da profissão.

Mas eles não são, como você diz, simples "burocratas". Eu conheço muitos deles. São pessoas inteligentes, articuladas, competentes e, na maioria dos casos, muito bem intencionadas.

Acho que falta é mais mecanismos de comunicação eficiente e de prestação de contas efetivas sobre o que eles fazem (e como fazem).

Este Congresso Nacional, por exemplo, com todas as suas falhas, ainda é uma oportunidade de participar (por dentro) do processo das necessárias mudanças.

Aí na sua cidade ou na sua região não aconteceu um evento preparatório para este Congresso? Você não foi convidado para participar?

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