O VALOR DE QUEM SABE O QUE ESTÁ FAZENDO

(Publicado em 21/09/2016)




MARIA HELENA
www.farolarq.com.br





Levou uma semana do dia em que começamos a reforma no escritório até o dia em que estávamos trabalhando. No primeiro dia oficial do escritório aberto com estagiária e cafezinho, nós tínhamos cafeteira mas não tínhamos cadeiras. Por quase 15 dias, o painel da TV ainda não estava pronto e só uns 15 dias depois dele pronto é que colamos o letreiro.

Pedi ajuda para um amigo para instalar uma prateleira, mãe me deu vasinhos de plantas e aos pouquinhos as coisas estão se ajeitando. Essa semana ficou pronta a placa!

Eu e Bia (Bia é a estagiária, beijo Bia), numa onda de autossuficiência, resolvemos que instalaríamos a placa sozinhas. Qual a dificuldade de mexer com uma furadeira? Não precisamos de ninguém pra nada! A Bia é quem conseguiu a furadeira e estávamos lá, nós duas, prontas pro combate.

Já que a furadeira estava aqui, aproveitamos pra furar tudo o que precisava. Dois quadros que estavam esperando desde sempre, um quadro-verde que não aguentou a fita dupla-face e acabou caindo, parafusamos tudo. Com a broca certa para o tamanho do parafuso. A primeira etapa do trabalho foi um sucesso.

[IMG;FarolArq_Placa.jpeg;300;D]Ai chegou a hora da placa.
Na teoria, tava tudo certo. Marcamos o lugar, separamos o material, tudo nos conformes. Vendo duas meninas com uma furadeira na mão, as pessoas começaram a 1) parar pra assistir e/ou 2) oferecer ajuda. Nah, não precisávamos de ajuda, obrigada. Eram quatro furos, quatro parafusos, quatro prendedores, não tinha dúvida. Mas ai algo deu errado em algum dos furos e o role inteiro complicou.

Eu e Bia, então, aceitamos que era a hora de pedir ajuda. Tínhamos ido bem até ali, afinal. Já dava pra considerar uma vitória. Resumidamente, em alguns minutos, tinham umas quatro pessoas nos ajudando. “Solta o parafuso”, “prende de novo”, “fura no outro lado”, “solta o parafuso”, “coloca mais pra direita”, “mas ta torto”, enfim... Todo mundo tinha uma opinião ou ideia de como resolver o problema. No fim, depois de algum sofrimento e umas três tentativas, conseguimos.

Enquanto eu agradecia, um dos enviados divinos que nos ajudou disse: “Fulano faria isso em 15 minutinhos”, e o amigo concordou veementemente: “Tem coisa que vale a pena pagar um pouquinho pra um profissional resolver”.

Fui obrigada a concordar. E a questão ali não era nem a de “pagar um pouquinho”, mas sim a de conseguir fazer sozinha. Não consegui fazer sozinha, logicamente, porque não aprendi nem tenho a pratica de como se faz. Um profissional teria resolvido em 15 minutinhos sem grandes transtornos.

Eu aprendi a lição! E vou contar essa história pra todo mundo que me falar que vai fazer a reforma sozinho, que viu na revista e sabe como quer, que não precisa de arquiteto porque é pequenininho. Vou contar pra todo mundo que eu também vi como faz pra prender uma placa, e nem parecia ser difícil, mas, no fim, teria valido mais a pena contratar o Seu Fulano que ele resolveria rapidinho.





MARIA HELENA é arquiteta e urbanista formada pela UDESC, em 2015. Comanda o escritório Farol Arquitetura em Laguna-SC, que atua na área de projetos e obras de arquitetura, além de reformas comerciais.
(aos 9 anos, em 2002, foi premiada no concurso "Jornalista por um dia" do Jornal de Santa Catarina)



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