O BRASÃO DA CIDADE DE MANAUS

(Publicado em 07/07/2017)





Imagem: OitoNoveTrês



O escudo da cidade de Manaus foi utilizado pela primeira vez em 1906, por Adolpho Guilherme de Miranda Lisbôa, Superintendente Municipal. O decreto que instituiu o Brasão de Manaus dá as orientações para a sua criação. Na parte superior está a data de “21 de Novembro de 1889”, dia em que a cidade aderiu à Proclamação da república. O brasão é dividido em três partes. As duas menores representam o Encontro das Águas, com a expedição de Francisco Orellana, responsável pelo primeiro registro histórico feito no Amazonas; a outra parte em meados do século XVI; o outro lado, a fundação de Manaus, em que a fortaleza e a bandeira no topo do mastro significam o domínio então português.

Do lado oposto, as casas de palha, os primeiros fundamentos da cidade, e das duas figuras centrais, de acordo com a lenda, as pazes celebradas entre os índios e a metrópole, pelo casamento de uma filha do Cacique com o comandante da Escola Militar Portuguesa. Na parte maior, um trecho do rio, tendo em relevo, na frente, uma seringueira, árvore simbólica da natureza agrícola e industrial da região, que tornou Manaus o grande empório da goma elástica.

Em 1991, o então Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, resgatou o Brasão como símbolo da sua administração. Em 2004, 16 anos depois, o Prefeito Serafim Correa voltou a utilizar o brasão da cidade como marca de governo. Essa marca, apesar de ser representação digital do Brasão, não corresponde ao original, sendo uma representação publicitária do símbolo municipal. O prefeito Arthur Virgílio encomendou à Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) um estudo histórico, que dirimisse as dúvidas e identificasse os verdadeiros elementos que simbolizam Manaus e sua identidade.

O trabalho foi entregue à empresa Mene & Money. Designers, pesquisadores e até o Prof. Dr. Auxiliomar Silva Ugarte, doutor em História do Amazonas e professor da Ufam, embarcaram de cabeça no projeto. Até os proprietários, Nílio Portela e Túlio Mene, a diretora Eulalia Ribeiro e a atendente da conta da Prefeitura, Mariana Moreira, se envolveram nas pesquisas. Foram encontrados brasões nas representações mais díspares. Os estudos mostraram que nenhum era fidedigno ao decreto de 1.906. Paço Municipal, Mercado Adolpho Lisboa e o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (Igha) tinham representações diferentes.
O próprio decreto original, do intendente Adolpho Lisboa, foi encontrado apenas em um livro, que repousava na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Só quando o trabalho de digitalização do Diário Oficial do Município de Manaus (DOM), comandado pelo diretor do órgão, Horácio Ribeiro, chegou a 1906, a cópia original da publicação foi obtida. O trabalho do Prof. Dr. Auxiliomar Silva Ugarte mostrou que estavam em local errado os bergatins, as canoas dos descobridores, no primeiro quadrante. "Frei José de Carbajal, cronista de Orellana, afirma que eles apenas avistaram o rio Negro, mantendo-se no Solimões", revelou.

A bandeira do segundo quadrante era a atual de Portugal e não a da época colonial, dos descobrimentos. E a árvore do quadrante maior era uma castanheira e não a seringueira, de onde mana a goma. Feitas as correções, o trabalho foi submetido ao artista plástico Oscar Ramos, diretor da Manauscult. Coube a ele a revisão final. Faltavam apenas as letras para a assinatura, "Prefeitura de Manaus". Os criadores da Mene & Money foram buscar inspiração na arquitetura da cidade. As curvas são das luminárias do mercado Adolpho Lisboa. As linhas retas do alto das colunas do Paço Municipal. As cores do Teatro Amazonas. "Manaus tem um Brasão muito significativo. Esse trabalho, pelo qual todos os envolvidos estão de parabéns, o torna também fidedigno", disse o prefeito, ao receber o resultado. O novo brasão segue as descrições do decreto e apresenta cada elemento como ícone elementar no resgate e conhecimento da cidade de Manaus. Todo o material oficial da Prefeitura será assinado pela marca.






PADILHA, Ênio. 2017





Fonte: Prefeitura Municipal de Manaus, em publicação de 29/06/2017.





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