FINALMENTE, UMA NOVIDADE NO CONFEA

(Publicado em 29/12/2017)





Joel Kruger, engenheiro paranaense, eleito presidente do Confea (eleição homologada na plenária de ontem, 28/12/2017) não foi apoiado nem pela FISENGE nem pela FNE.

O que isso significa? Não é pouca coisa. Vejamos:

No sistema Confea Crea, nos últimos 25 anos, temos visto uma dança de cadeiras monopolizada por dois \"partidos\": Fisenge e FNE. Esses dois grupos são, sem dúvida, as duas correntes dominantes (não existem outras correntes expressivas). A maioria das instituições (Mútua, grandes entidades nacionais, Confea e os principais Creas) está de alguma forma alinhada a essas duas frentes.

Fisenge e FNE são federações de sindicatos. Os sindicatos, como se sabe, têm renda própria. Por conta disso eles têm uma relação de maior independência em relação aos Creas e ao Confea. Ou seja: ao contrário das entidades de classe, que, geralmente têm (em relação aos Creas) uma condição de dependência e obediência, os sindicatos estão sempre numa posição de combate ou de aparelhamento.

Desde o final dos anos 1980 os sindicatos têm se esforçado (com relativo sucesso) para colocar gente deles na direção das instituições de Engenharia e de Arquitetura. Principalmente nos Creas.

Na minha opinião (e muita gente com as quais eu converso concorda comigo) existe um erro básico: a regra para definir o número de representantes dos sindicatos nos Conselhos deveria ser modificada, uma vez que os sindicatos não são instituições de filiação voluntária. Eles têm uma relação imensa de contribuintes, que são computados como “associados” e, desta forma, acabam com um número muito grande de Conselheiros nos Creas, distorcendo completamente o sistema e tendo uma dominância política injusta.

Com dinheiro de contribuições compulsórias e grande quantidade de Conselheiros, o domínio fica natural.

E assim, com o poder dos Creas, os sindicatos conquistaram o poder do Confea. E o nosso sistema, nos últimos, sei lá, 25 anos, está dividido entre essas duas vertentes, como forças organizadas. Isto acontece (e eu já disse isso, várias vezes) porque a maioria dos profissionais, como sabemos, está alienada e distante das disputas de poder do sistema em nível nacional. Essa maioria (mais de 90% dos profissionais) não se alinha com nenhuma das duas forças e sempre foi muito difusa, sem uma liderança catalizadora. Essa maioria não aparece e nem consegue concentrar as suas forças.

A FNE e a Fisenge eram, portanto, representantes de uma minoria muito ativa e poderosa. Era praticamente inimaginável que alguém conseguisse chegar à presidência do Confea sem estar ligado ou ser apoiado por uma dessas duas forças

A chegada de Joel Kruger, por uma terceira via, é uma surpresa para muita gente. E é, por que não dizer, uma pontinha de esperança.



ÊNIO PADILHA
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a imagem que ilustra este artigo (no topo) foi produzida à partir do material de campanha do candidato Joel Kruger



---Artigo2017







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---Divulgação

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