Penso que a velocidade de transição das ferramentas é uma oportunidade para as novas gerações encontrarem nas gerações anteriores, um nicho de mercado no sentido de ensinar os menos adaptados à velocidade a dar um passo de casa vez.
Refiro-me ao ensino dos usos e funções das ferramentas. E cada área profissional tem lá o seu “repertório tecnológico” que, a meu ver, é a interface entre duas gerações em que a mais jovem pode capitalizar quando a mais antiga demonstrar interesse em saber lidar com a(s) ferramenta(s).
Todavia, existe ainda a possibilidade de se contratar o mais jovem para executar a tarefa, por exemplo, um cadista ou alguém que escreva partituras de música em softwares como Sibelius, Finale ou Notion. Dentro do contexto intergeracional vejo que as tecnologias também funcionam para estreitar laços de conhecimento. Recentemente minha esposa leu um artigo que dizia “é mais difícil fazer amigos após os 50 anos de idade”. Em analogia ao seu artigo, prezado Ênio Padilha (sempre criterioso e lúcido), novos amigos e novas tecnologias são “novidades psicológicas” para uma mente ter que enfrentar, especialmente aquelas que dormem e acordam com a sensação do dever cumprido. Mas sim, é possível aprender. Os jovens (como já fomos) nos empurram, nos auxiliam, nos ensinam com aquela energia característica da idade.
A palavra-chave, no meu caso (57 anos) é “necessidade”. Eu tenho necessidade de ler: adquiri um iPad Pro (12 polegadas) e leio nele os livros de meu interesse. Tenho necessidade de escrever: pago uma anuidade para usar o software Ulysses, feito para atender aos escritores (comandos-chaves, formatações, edição de texto, etc.). Tenho necessidade de escrever as partituras de minhas composições. Comprei os softwares “Sibelius” para o Mac e “Notion” para o iPad Pro. No YouTube temos todas as dicas vindas de muitos países sobre os macetes de uso dos softwares. É um mundo novo e, melhor, os idosos são benvindos e aprendem com dicas pela inter ou o auxílio dos mais jovens. Depende da necessidade de cada um.
Parabéns pelo artigo.
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