VEM AÍ A “COPA DAS COPAS” PARTE 2

(Publicado em 24/07/2016)



Escrevam aí. E podem me cobrar isso, mais tarde.

Nesses dias que antecedem a abertura dos Jogos a imprensa (por falta de assunto melhor) dará amplo destaque aos problemas encontrados na Vila Olímpica, nos sistemas de organização, nas dificuldades de transportes e em outros problemas que forem encontrados.

Mas, assim que os Jogos Olímpicos começarem, no dia 5 de agosto, grande parte da imprensa irá focar sua cobertura (matérias e reportagens) nos personagens brilhantes, nos atletas simpáticos, nos torcedores estrangeiros deslumbrados e, principalmente, no desempenho da torcida brasileira e na fascinação que a hospitalidade e a alegria dos brasileiros exercem sobre os estrangeiros em eventos desse tipo. Será uma reedição da COPA DAS COPAS. Tá lembrado?

Aí, muita gente (do PSOL ao DEM, passando pelo PT e PSDB) querendo faturar politicamente, assumirá o “fato” de que os Jogos foram um sucesso, que tudo saiu melhor até do que a expectativa e que os pessimistas devem recolher seus maus prognósticos e aceitar o fato inexorável: as preocupações eram exageradas e sem sentido.

Eu não duvido que os jogos sejam sensacionais (tanto que até comprei ingresso e vou ao Rio, para ver um dia do Atletismo (dia 15. Dia da final dos 800 metros masculino). Não duvido que a torcida brasileira fará um belíssimo papel. Não duvido que a hospitalidade brasileira marcará os pontos positivos que sempre marca em eventos dessa natureza. O que eu digo é que NÃO É ESSE O PONTO.

Digo que o Brasil, infelizmente, perdeu esses Jogos Olímpicos. O Rio de Janeiro perdeu uma grande oportunidade de se reinventar. Perdeu a grande chance de voltar a ser uma cidade com status de capital nacional.

Não conseguiu nenhum progresso na questão da Segurança Pública. Não avançou um milímetro na questão da Saúde. Não fez absolutamente nada de relevante na questão do Saneamento Básico. Fez muito pouco na área de Mobilidade Urbana… isso sem falar no desenvolvimento da Educação e dos Esportes em Geral (e dos esportes olímpicos em particular). Depois de queimar os sete anos que tivemos para nos preparar para esses jogos, o saldo é, infelizmente, muito negativo.

Tudo o que se verá na cidade durante os Jogos Olímpicos é teatro. Será resultado de um esforço excepcional para garantir um padrão mínimo de segurança e conforto “para inglês ver”. Desde a Conferência Rio 1992 o Brasil se tornou especialista em fazer isso. Não importa o que seja dito na imprensa e nas redes sociais.

É uma pena! (E quem me conhece bem sabe que eu não fico nada feliz em dizer isso)



ÊNIO PADILHA
www.eniopadilha.com.br | professor@eniopadilha.com.br



---Artigo2016 ---Jogos Olímpicos ---Rio2016


Comentário #1 — 25/07/2016 08:19

Jean Tosetto — Arquiteto e Urbanista — PAULINIA

O mais triste nesta história, para a nossa geração, é que poucos estarão vivos quando o Brasil tiver outra chance de organizar uma Copa do Mundo ou Olimpíadas, se tiver.

Comentário #2 — 25/07/2016 19:38

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